Apenas minhas letras insanas...

domingo, 23 de janeiro de 2011

Sister Moon-Sting





Sister Moon

A Lua está vermelha, febril
Como eu.
Minha cúmplice
A Lua está ouvindo os mesmos acordes que eu
Está sentindo os mesmos arrepios…
Ela também fecha os olhos e respira mais rápido
Ela também aspira este cheiro teu, e freme
Como eu.
A Lua está vermelha
Febril
Como eu.
Ela também se despe dos pudores
Ela também não se importa
Assim, como eu.
Ela também revira os olhos e suspira
…”em falsete”
A Lua é minha cúmplice
Está febril
Como eu.
Mas ela não sabe o teu nome
Este segredo é teu e meu.













***













sábado, 22 de janeiro de 2011

Pela luz dos versos meus...




Será que a luz que te ilumina
vem da luz dos olhos meus?
Será que são meus olhos
a razão dos versos teus?
Ou será que são meus versos
tradução dos olhos teus?
Será que é o teu lume
o farol dos versos meus?
Pois eu acho, meu amor, que só se pode achar
Que a luz dos versos meus
vem da luz do teu olhar



***






terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Inércia





Um pingo d’água insistente
Gotejando, gotejando, sem fim
Não sei de onde ele vinha
Só olhava a minúscula poça
Que, do pingo, advinha
Num tempo que não sei mensurar
Dormente, ali, a olhar
A poça que, do pingo, advinha
O pingo a pingar, tangia
Invadia minha mente, ecoava
Percorria os dois labirintos
Num tempo que não sei mensurar
Fiquei, ali, a ouvir e a olhar
Um pingo d’água insistente
Gotejando sem princípio, sem fim
Quando, enfim, dei por mim virei limo
Num tempo que não sei mensurar
Afogada, na minúscula poça
Poça que advinha do pingo
Despertei, morta-viva, era tarde
Amorfa, imersa no limbo




***

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Na pele do poeta





Quando eu a vi, ela trançava os cabelos e cheirava a pitanga. As pernas molhadas, vestido colado, os pelos brilhando, dourados, à luz do dia.
Assim, sentada meio largada, na beira do cais, flertando com o mar, sorrindo pra mim. Assim, meio santa, meio devassa, deusa, criança …Ai, me perco de mim!
Quando eu a vi, ela inundava de mel o verde do mar com a viveza do olhar. E matava de inveja as espumas das ondas que açoitavam as rochas numa fúria sem par.
Quando eu a vi, ela dançava, cigana. Cantava, cigarra. Criatura profana em estado de graça!
Quando eu a vi, fiquei cego às leis deste mundo e levitei - giramundo! - sobre homens e deuses.
Quando eu a vi, um pouco morri, desvairado sofri feito cão moribundo
Quando eu a vi, ela trançava os cabelos e cheirava a pitanga…
E eu me perdi de mim.









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sábado, 8 de janeiro de 2011

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Pausa



Apenas um momento para sentar na varanda.
Apenas um momento para fitar o horizonte.
Um mar de casas e casinhas e de espigões que se intrometem entre elas e as praças.
Apenas um momento em que o esquecimento se faz presente e a letargia é bem vinda.
Um momento, apenas, entre nós duas. A vida e eu.
Um sagrado momento para fazer nada.
E respirar fundo.





***