Quando um poeta se vai,
um verdadeiro poeta,
fica o cliché...
“suas palavras são eternas”.
É bem verdade.
Mas o que fica mesmo é a porra de um vazio.
Um vazio repleto de palavras que
jamais serão
ditas.
Um poeta, um verdadeiro poeta,
é um ser relevante.
Um poeta faz falta.
Como lidar com a fúria deste mundo sem o amparo do
olhar de um poeta?
Ele grita por nós. Chora. Xinga. Escarnece.
Ele nos vinga. E nos resgata.
E também bate na cara, quando é preciso.
Sim, ficam as palavras. São eternas.
Mas sinto falta daquelas que se calaram
no nascedouro.
Poetas não deveriam morrer.
Não os verdadeiros.
Para Júlio