Apenas minhas letras insanas...

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Graças a Deus existem os periquitos.

 


Aquele brilho intenso, dourado. Fruto do Sol batendo no alto do prédio espelhado. Já fotografei tantas vezes.

Já fotografei tantas fases e faces da Lua.

Aviões e nuvens, céu de brigadeiro. Tantas e tantas vezes e de todos os ângulos que eu pude perceber.

Uma mão segurando o queixo, a outra segurando a câmera. Inerte.

E a tarde se vai sem deixar marcas.

Mas, felizmente, existem os periquitos.

Esses seres endiabrados que surgem verdejando tudo. Não sossegam nem por um segundo. Uma algazarra sobre a mangueira frondosa.

A tarde finda, a luz se vai aos poucos.

E eu, finalmente, me divirto clicando furiosamente aquelas criaturinhas barulhentas.

O saldo são dezenas de imagens abstratas, difusas, desfocadas, esverdeadas. Lindo de se ver.

Graças a Deus existem os periquitos.

Graças a Deus...

 

quinta-feira, 14 de maio de 2020

A Árvore



Olhou para cima com o verde dos olhos
E estes encontraram o verde da árvore
Copa frondosa, vibrante, viçosa.
Ouviu o alarido dos periquitos
Tão verdes quantos seus olhos
Farreavam entre as folhas
Invisíveis, camuflados.
E a árvore, tão generosa
Trazia-lhe sombra e frescor
Frutos e cores
Libélulas, cigarras e pássaros
A cura para suas dores.


quarta-feira, 13 de maio de 2020

Libélula



Uma libélula pousou à minha frente
Sobre a grade da varanda
Asas translúcidas, brilhantes.

Parecia me encarar tão serenamente
Aproximei a minha mão
Já esperando a debandada.

Mas, ela ali ficou
Imóvel, quase transparente
Tão linda, transcendente.