Apenas minhas letras insanas...

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Graças a Deus existem os periquitos.

 


Aquele brilho intenso, dourado. Fruto do Sol batendo no alto do prédio espelhado. Já fotografei tantas vezes.

Já fotografei tantas fases e faces da Lua.

Aviões e nuvens, céu de brigadeiro. Tantas e tantas vezes e de todos os ângulos que eu pude perceber.

Uma mão segurando o queixo, a outra segurando a câmera. Inerte.

E a tarde se vai sem deixar marcas.

Mas, felizmente, existem os periquitos.

Esses seres endiabrados que surgem verdejando tudo. Não sossegam nem por um segundo. Uma algazarra sobre a mangueira frondosa.

A tarde finda, a luz se vai aos poucos.

E eu, finalmente, me divirto clicando furiosamente aquelas criaturinhas barulhentas.

O saldo são dezenas de imagens abstratas, difusas, desfocadas, esverdeadas. Lindo de se ver.

Graças a Deus existem os periquitos.

Graças a Deus...