Apenas minhas letras insanas...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Poeta


O Poeta está no ostracismo. Está lá, metido em seus delírios.
Em monólogos ensandecidos, metido em seus devaneios.
O Poeta está no ostracismo, em diálogos com a Lua,
procriando versos lunáticos.
O Poeta está no ostracismo,
 pois o Poeta não se perfila.
Ora, veja!
O Poeta está no ostracismo, gritando para o nada.
Suas letras insanas voam e ressoam
pela abóbada da catedral cravejada de vitrais coloridos.
E, bumerangues, retornam.
Ricocheteiam na sua cara!
O Poeta está no ostracismo,
pois o Poeta não se limita
às mesmices.
Escreve para a borboleta!
Escreve para a mariposa…


… O Poeta tem alma de poeta!


O Poeta grita.
Quem escuta?
O Poeta é maldito!
O Poeta não se enquadra entre arestas.
O Poeta não segue caminhos fáceis.
O Poeta não se integra , não faz conluios.
O Poeta não joga!
O Poeta brinca…
O Poeta está no ostracismo,
 mas o Poeta não se importa.

O Poeta é o único que está vivo.




***

2 comentários:

  1. Kátia , por vezes sinto a sensação que o poeta passa a vida a morrer ...
    Belíssimo e incisivo poema sobre "aquele/s que da lei da morte se vão libertando"
    Também li a tua excelente prosa no Luso : favoritei !
    Tem uma excelente fim-de-semana !
    Bjs.

    ResponderExcluir
  2. Olá, Luiz!
    Obrigada por seu comentário, você sempre me encanta com a leitura que faz dos meus poemas.
    Um ótimo fim-de-semana para você também!
    Beijos!

    ResponderExcluir