Minha lente só vê a cor dos seus olhos. Tatuei seu nome no
pulso.
Só bebo da sua fonte. E sofro de abstinências quando não o
vejo.
Vivo queimando pelos cantos. Não escrevo mais nada que
preste. Não cuido de nada. E me falta paciência pra tudo o mais que não seja
você. Tudo me angustia. Ou me enche de tédio.
E me flagro lhe perseguindo, à espreita. Feito uma daquelas
personagens perturbadas de filmes de suspense.
E não sei lidar com a distância que, indiferente e soberba,
me afasta de você.
Você me faz mal. E me faz tão bem...
Suas virtudes me encantam, seus vícios me fascinam.
E seu corpo me tortura, cada centímetro.
Tem dias em que não procuro a sua fotografia, não procuro
notícias suas, não ouço a sua canção. Mas no decorrer de algumas horas lá estou
eu, ávida por você. Por sua voz, seu olhar, sua força e suas fraquezas.
E, então, passo horas me alimentando de você. Cada gesto,
cada palavra. E volto o filme infinitas
vezes.
Às vezes amaldiçoo o dia em que soube da sua
existência. Porque viver assim é
extenuante. Desejar assim, quase um pecado.
Mas que vida valeria a pena sem saber de você?
***
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