Apenas minhas letras insanas...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Inércia





Um pingo d’água insistente
Gotejando, gotejando, sem fim
Não sei de onde ele vinha
Só olhava a minúscula poça
Que, do pingo, advinha
Num tempo que não sei mensurar
Dormente, ali, a olhar
A poça que, do pingo, advinha
O pingo a pingar, tangia
Invadia minha mente, ecoava
Percorria os dois labirintos
Num tempo que não sei mensurar
Fiquei, ali, a ouvir e a olhar
Um pingo d’água insistente
Gotejando sem princípio, sem fim
Quando, enfim, dei por mim virei limo
Num tempo que não sei mensurar
Afogada, na minúscula poça
Poça que advinha do pingo
Despertei, morta-viva, era tarde
Amorfa, imersa no limbo




***

9 comentários:

  1. Lindo seu poema, tudo de bom pra você,gosto muito de vir aqui.Beijos.

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  2. Obrigada, Arnoldo.
    Agradeço o seu carinho e a sua amizade.
    Beijo grande!!

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  3. Seja sempre mais que bem vinda.
    Gostei do seu blog, insanos somos todos, na tentativa de sermos equilibrados.
    Abraços poéticos.
    Selma

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  4. Obrigada pela visita, Selma.
    Também és muito bem vinda aqui.
    Um beijo!

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  5. "Despertei, viva-morta, era tarde
    Amorfa, imersa no limbo"

    Amei esse teu poema, ele tem até alquimias na receita. Só lhe peço uma correção de revisão de revisãa editando sua poesia:
    substitua "viva-morta" por "morta-viva":
    por razões poéticas: morta viva éuma mulher que nunca morre, e viva morta é uma mulher que nunca vive.

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  6. Morta viva é uma mulher que nunca morre.
    Viva morta é uma mulher que nunca vive.
    É, admito, para fazer sentido o "viva-morta" é mais adequado. Mudarei, meu caro, mudarei!
    Obrigada e, por favor, volte!

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  7. Ei kássia que legal... temos muitos pontos de partida em comum para a poesia..ador quando isso acontece pois me fala de uma transcendencia dos motes... nos resta glosar!!!

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  8. Ah, concordo! Li vários textos seus lá no Luso e me identifiquei bastante. E adorei o "Bêbados". Muito legal te encontrar por aqui, me deixou feliz!!
    Obrigada!
    Beijosss!!

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